11 agosto 2010

A Cartomante

Se alguém me pergunta se acredito em esoterismo, vidas passadas, almas penadas circulando por ai, enfim, em coisas que não fazem parte do grupo “tenho certeza absoluta que isso existe”, sempre respondo que sou aquela típica pessoa que não acredita em horóscopo, mas lê o signo todo dia; que acha ridículo acreditar em fantasma, mas tem medinho quando está sozinha em casa à noite e ouve um barulho peculiar; e que, mesmo tendo curiosidade em saber como é ir a uma cartomante, nunca cogitou de fato ir a uma cartomante.
Por isso repreendi uma amiga, que queria fazer uma consulta dessas ao além: “Cuidado, se tu for a uma cartomante, por mais que o tempo passe, tu sempre vai ser uma pessoa que já foi a uma cartomante”. Mas não adiantou e ela, que basicamente queria saber quando encontraria o homem da sua vida, foi assim mesmo.
Como amiga é pra essas coisas, fui com ela até a porta da casa da mulher que usava o pseudônimo de Margareth (DUVIDO que esse fosse o nome dela de verdade. Uma cartomante chamada Margareth é com o um motorista de limusine chamado Jarbas! Mas enfim, continuando). Na porta tinha uma plaquinha do tipo: “Leio cartas, tarô, leio mãos, leio sua sobrancelha, seu calcanhar e sua calcinha...” etc. Confesso que fiquei com alguma vontade de entrar lá com a minha amiga. (ok,Ok eu morri de vontade), mas me contive porque preferi continuar sendo uma pessoa que nunca foi a uma cartomante. Sem contar que essa casa ficava perto da Redenção e seria bem melhor ir lá, caminhar, pensar na vida, etc..
Bom, algum tempo depois, fui ao lugar combinado encontrar minha amiga, agora uma pessoa que já tinha ido uma vez na vida a uma cartomante. Eu esperava encontrá-la superfeliz ou megadeprimida (afinal, nenhuma cartomante que se preza faz consultas sem previsões fantásticas, adivinhando coisas do tipo: amanhã tu vai acordar e escovar os dentes... depois de amanhã vai fazer o maior sol...). Rolou a primeira opção: F. Estava lá, muito alegre e saltitante (tá, só alegre).
Fomos almoçar num lugar lá perto. No caminho, ela foi contando que não só encontraria o homem de sua vida nas próximas semanas, como viajaria pelo mundo com ele e ganharia muito dinheiro. E eu fui pensando no fato de não saber se já encontrei o homem da minha vida (amo meu namorado do fundo do coração e quero passar o resto da vida com ele, mas só saberei se ele é o homem da minha vida, se é que isso existe, daqui a uns 60 anos), se vou viajar pelo mundo, se vou ganhar muita grana... Mas eu estava tão ou mais feliz do que ela. Afinal, ela acha que já sabe como vai ser a vida dela (até ela ver que a Margareth era uma picareta, mas não vamos destruir as ilusões dela). E eu não sei como vai ser a minha. E não quero saber. E tenho raiva de quem sabe, como a Margareth diria se eu me consultasse com ela. Tem coisa melhor do que continuar não sabendo?

Sejam Felizes!! bjometwitta @Jumktmartins

Um comentário:

  1. Bem que fazes; como já diria a filósofa xuxa, "tudo que tiver que ser, será". De que adianta saber agora? Tua amiga estava perdendo o sono por causa do futuro, e agora que sabe, já consegue dormir? Não entendo muito disso, mas acho tudo muito sem sentido... Mas quem sou eu...
    bj, sdd

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