27 maio 2010

Os Outros

“É superfácil aceitar as diferenças. A não ser pelo fato de que é superdificil.”

Não acha um absurdo que as pessoas sejam diferentes de ti? Eu acho. Eu sei que pode parecer egoísta intolerante e até meio burra, mas o que eu posso fazer? Toda hora me vejo abismada com o fato de os outros não pensarem como eu.

Se estou na fila de um restaurante à quilo, por exemplo, e dou uma olhada no prato do ‘vizinho’ de fila, logo penso: “Não pode ser! Não acredito que este pinta pegou uma colher cheia de vagem e passou reto pelo tomate”. Tenho o impulso de dizer: “Cara, tu ta doido? Tomate é muito melhor do que vagem! Vagem é péssimo, faça o favor de voltar e refazer teu prato!”.
No Supermercado é a mesma coisa. Quando vejo alguém pegar uma garrafa de Campari, tenho que me segurar. Não conheço ninguém que goste dessa incompreensível bebida e acho que, se conhecesse olharia desconfiada. (Tá, tá bom, já imagino uma dúzia de gente que lê aqui dizendo que eu sou uma cretina e que “ADORAM CAMPARI!”, que na turma, na rua, na balada e nas cidades delas muita gente bebe Campari e eu é que sou uma desinformada e deveria pesquisar antes de escrever certas coisas.. Tá legal. Eu aceito o argumento. Mas que eu não entendo, eu não entendo mesmo!!! E, o blog é MEU, escrevo sobre o que quiser...)

Outra coisa que me assombra, porém me causa uma certa admiração, são as pessoas que guardam cupons. Nunca ganhei aquela pizza de Mussarela ou Calabresa grátis por ter juntado dez papeizinhos. Nunca juntei tampinhas ou palitinhos de sorvete nem nada desses pequenos objetos que, depois podem ser trocados por um brinde na padaria da esquina. (Já tive uma coleção de cartões telefônicos e de revistas, mas isso não conta, porque é absolutamente inútil e não pode ser trocado por pizza nem por brindes na padaria.)

De todos os estranhamentos diante da diferença alheia, no entanto, o mais intenso que já senti – e as vezes sinto – é ao visitar outra casa com a mesma “arquitetura” que a minha. Ver um espaço idêntico ao meu ser aproveitado de maneira tão distinta que me dá arrepios. Penso: “Como é que o fulano não entende que a mesa de jantar tem que ficar ali, e a televisão é no outro canto?! Como pode a cama dela ficar encostada na parede do fundo? Ali tinha que ficar o criado-mudo!”.

Toda vez que sou surpreendida com esses calafrios egoístas eu respiro fundo, tento ser budisticamente tolerante e lembrar que, como já dizia Confúcio, Platão ou Nietszche (Não lembro agora...), “Cada um é cada um e vai da pessoa”. Mas não é fácil. Às vezes parece que cada um é tão cada um e o qeu vai da pessoa é tão da pessoa que quase não me contenho. Tenho medo de, um dia desses, virar o prato de um incauto e faminto cidadão de volta na bandeja do quilo, arrancar a Pepsi da mão de uma Cintia, Carolina ou Marina e, pior, na calada da noite, invadir a casa do “fulano” para redecorar o ambiente. Tá achando que eu sou doida? Para tu ver como é difícil aceitar as diferenças.

Sejam Felizes!!

bjometwitta @Jumktmartins

2 comentários:

  1. Chê, não acho um absurdo as pessoas serem diferentes de mim, não, até fico aliviado - sei não o que seria do mundo com mais pessoas como eu!!!!
    Agora, se tivesse mais pessoas como tu, seria legal!!!

    Segundo: sim, eu gosto de Campari, com limão e gelo ou mesmo laranja e gelo!

    bj

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  2. Ainh, Rafa!! Cada vez é mais dificil aceitar as diferenças das pessoas, principalmente, daquelas que convivemos todos os dias...
    Jura!! Pessoas como eu?? rsrsrs

    Sério, Rafa??! Ahhh não, NÃO posso te convidar p/beber Campari...

    Sds Afú!! ;)

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