“A ignorância é mãe das tradições.” Montesquieu, filósofo francês.
Uma das coisas mais difíceis de nos tornarmos adultos é perceber os defeitos de nossos pais. Olhamos em volta e vemos que ninguém é perfeito, todo mundo vacila, inclusive nós, inclusive eles.
Durante a infância queremos, exigimos até, que eles sejam completos. Brigamos diante de suas fraquezas, temos vergonhas de suas roupas, suas maneiras de ser, porque de alguma forma temos a ilusão de que, com pais impecáveis estaremos totalmente protegidos. Daí a gente cresce e se dá conta de que a vida é com a gente mesmo. Quando a coisa aperta, não tem pra onde fugir, estamos sós e, por mais que abraços amigos e cafunés ajudem, quando a bola vier, temos que matar no peito e chutar pro gol.
Antes de vermos nossos pais como seres humanos, lindos e ridículos como todos os outros, passamos por uma fase em que queremos guardá-los dentro do congelador para que ninguém saiba que existem. Ou, pelo menos, que não descubram nenhuma ligação conosco.
Quando eu tinha 13 anos meu pai foi me pegar, mais uns amigos e amigas, numa festa. Chegou com a mamis, ouvindo uma fita da Madonna e cantando, com seu inglês ma-ra-vi-lho-so, todas as músicas. Naquela hora eu não queria trancá-lo no congelador: eu e que adoraria caber no porta-luvas. Hoje, no entanto, penso: que bom ter um pai que canta Madonna no carro. Contei essa história pra Fabi, minha amiga, e ela disse: “Ah, você acha que cantar Madonna é ridículo? Uma vez eu estava saindo do colégio. Abriu o portão, apareceram àqueles pais e mães bem vestidos e, no meio, vejo um cara de sunga bege. Descalço só de sunga bege e com a minha irmã de cavalinho no ombro. Meu pai. Fugi pela saída dos fundos...”
Acho que, numa fase, temos vergonha de nossos pais por dois motivos. Primeiro, porque estamos saindo da infância , e nos achamos o rei da cocada preta e queremos fingir que somos totalmente independentes: ninguém nos trouxe até a festa, ninguém comprou as nossas roupas, ninguém tem nada a ver com a nossa vida. Hum, hum, sei... Segundo, porque temos a terrível ilusão da perfeição. Achamos que é possível usar a roupa certa, para a pessoa certa, falar a coisa certa, na hora certa, para a pessoa certa e, no fim, vamos convencer aos outros(e a nós mesmos) de que somos legais. Mas justo quando estamos no meio desta luta, quase atingindo a perfeição, vem uma pessoa de pochete em nossa direção, com o celular preso ao cinto, aperta nossa bochecha e nos chama por um apelido ridículo?! Que sacanagem!
Uma das coisas boas de nos tornarmos adultos é aceitarmos os defeitos de nossos pais. Olhamos em volta e vemos que ninguém é perfeito, todo mundo vacila, inclusive nós, inclusive eles, e tudo bem. Somos todos meros seres humanos, lindos e ridículos como todos os outros.
Sejam Felizes!!
bjometwitta @Jumktmartins
Chê, certo que ninguém é perfeito, também tem muita coisa nos filhos que 'envergonha' os pais...
ResponderExcluirAgora, sunga bege (o nude, como estão dizendo agora)... Nem que a escola fosse na beira da praia, no Rio de Janeiro... Em que mundo vive esse pai????
Bjuh
(bonito layout, bom gosto!!)
Pois é, mas, acontece...
ResponderExcluirÔôô Pai sem-noção... rsrs
Brigada, acho que enfim, acertei o layout que eu tava procurando!
Bjãoo³